7 de março de 2012

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Há dois anos eu tomei uma das decisões mais importantes da minha vida: aceitei a proposta de emprego de uma empresa curitibana e me mudei para Santa Catarina sem conhecer nada nem ninguém. Os primeiros meses foram difíceis, a saudade e o medo por pouco não tomaram conta de mim. Mas com o passar dos dias, fui percebendo o quão acertada foi minha escolha. Fui descobrindo a beleza do meu trabalho e conhecendo pessoas maravilhosas. Tornou-se divertido e prazeroso viver. Dois mil e dez foi de fato um ano transformador.

Então veio dois mil e onze e com ele, você! Um anjo que apareceu para me salvar dessa vida vazia de balada e beijos ocos. Eu quis, eu me entreguei. Senti-me amada, e amei muito também. Porém, nosso relacionamento foi meteórico e terminou tão rápido quanto começou. Há um ano eu estava sofrendo muito por isso. Estava em outra obra, nos confins do Mato Grosso do Sul, mais uma vez sem conhecer nada nem ninguém. Eu estava inconsolável e vulnerável. Não queria seguir sozinha novamente... Entretanto a vida exige coragem da gente.

Voltei para Santa Catarina, mas tive que continuar sem você. Tivemos algumas tentativas de diálogo, mas todas sem êxito, eu não sei lidar com todas essas coisas que você provoca em mim. E de tão cansados, desistimos. Você se afastou, eu aceitei (ou pelo menos tento aceitar). Desde então tenho vivido muitos amores, vazios infelizmente. É como se você tivesse aberto meu peito e meus sentimentos tivessem pulado para fora com força e escorrido para todos os cantos, eu nunca mais consegui juntá-los, eu não sou mais inteira. Eu não me doo, mas doo demais. As minhas contas não fecham. Falta-me minha melhor parte: você!

Em dois mil e doze, sinceramente eu queria poder acreditar e te esperar, mas sei que seria em vão. Você não virá me encontrar no final. Aliás, você não virá nunca. Você foi apenas um anjo que veio me trazer um pouco de fé naqueles dias remotos, veio me mostrar que o amor é atemporal e que ele existe, não é apenas lenda. Eu não sei mais esperar que alguém me ame, e também não sei se eu consigo amar, como já disse: minhas contas não fecham. Falta Camila, Amor e Poesia. Por isso invento, reinvento e minto, não é definitivo! Não é com você, meu descontentamento, é com a vida. Não te culpo, no fundo gosto de estar assim, desacreditada, fica mais fácil viver...
V A Z I O. N U L O. Z E R O.

Por Camila Blopes

5 comentários:

Júnior de Paiva / Dish disse...

Não sabia que você estavas assim!
Força!
Abraço!

Juliana Lira disse...

É muito difícil. Meu método e nao lembrar, a todo custo nao pensar! Aí dá pra viver, pra encontrar razoespra ser feliz e seguir em frente.
Há beleza em tantas coisas, por do sol, huva, abraços...
E se ele nao vem nunca é porque conseguiu seguir por outro caminho, nao espere mais, siga também.
Sabe os caminhos? Pois entao... Um dia eles voltam a se cruzar, enquanto isso nao acontece, tenta nao perder a paisagem.

Abraço carinhoso

' Jeffão Araújo disse...

Encontros e desencontros. É assim que a vida é feita. Que tenha valido a pena o momento. O segredo é transformar a dor em glória; lágrimas em sorrisos.
Ou então "curta" o vazio a e dor, e depois decida o que vai fazer com os cacos que sobrou.

Camila disse...

Obrigada a todos pelos comentários, e Jefferson, já me decidi, os guardei como troféus.
;D

BeijOcas

Helcio Ricardo disse...

Belo texto Camila! De todos os sentimentos sem dúvida o mais veemente é o amor. O que também o torna imcompreensivo e até por algumas vezes doloros.
Eu escrevi um texto similar ao seu e com o mesmo título, ainda que não tivesse lido o de sua autoria, vou postar o link aqui caso queira dar uma conferida.
Bjs.
www.recantodasletras.com.br/cartas/3520424