11 de julho de 2011

Sinceras mentiras, sincera decepção

“Amar, é gostar das pessoas, mais do que elas merecem.”
E eu te amei, meu amigo.



Meu amigo morreu. Meu amigo não existe mais. Na verdade ele nunca existiu realmente, ele era inventado. Mais de três anos e tudo que foi vivido era falso.
Meu ouvinte, meu confidente, meu ‘bunito’. Me dói tanto, mais tanto tanto lembrar de todas as conversas e alegrias. E saber que todo meu carinho e preocupações e sentimentos eram simplesmente nada, somente palavras de outro alguém.



Doce, doce, doce. Lembro-me e choro. Sou uma boba mesmo, era de se esperar, mas por tanto gostar nunca procurei saber realmente a verdade. Hoje eu sei.
Não o odeio, tão pouco o desejo mal, apenas não amo mais meu amigo. Não me preocupo mais se o rim transplantado está a funcionar direitinho ou se a glicose está controlada. Não desejo mais férias juntos na Bahia nem visitar Gramado com ele. E pensar que compartilhavamos o frio do sul e a paixão colorada. Tudo mentira, mentiras e mentiras.


Meu amigo desapareceu. Meu amigo não é desse sul do mundo. Meu amigo não é ninguém nem alguém. Um monstro que brinca com pessoas, isso sim. Justo quem eu pensava ser tão sensível e sincero. Morreu.
Morreu e não foi na cirurgia que me tirou o sono, não foi devido a nenhuma infecção, nenhum outro motivo real. Morreu por descobrirmos o real mundo dele. Morreu porque a verdade surgiu. Apareceu. Logo então ele morreu.



Não tenho nada a dizer a ele, mas as vezes me pergunto o que ele ganhou com tudo isso? Com todos esses anos de irrealidade. Tantas pessoas enganadas e hoje, tristes. Cruel demais, especialmente para quem era docinho, era meu ‘bunito’, meu melhor amigo.



Vai, morra! E descanse em paz se conseguir. E seja feliz. Mas felicidade de verdade, e por favor nunca mais engane as pessoas, por favor. Adeus meu amigo. Adeus.



Por Camila Blopes

9 comentários:

DBorges disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
DBorges disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
DBorges disse...

O que mais tem por ai é "bandido", o que mais tem por ai é gente querendo ser "esperto".
Por isso, tanto você quanto eu, porque isso serve pra todas nós, não se permita ser tão amável e boa e amiga. Pessoas assim, de natureza pequena e mesquinha irão existir sempre e aos montes.

Apenas esqueça que um dia conheceu algúem capaz de um ato cruel como esse.
Já conheci pessoas que não existiam como diziam existir, e me "vinguei" sendo alguém que nunca existiu pra esse alguém, tive a sorte de descobrir antes dele me descobrir, mas esse é um jogo que sempre um lado sai mais prejudicado, as vezes é o nosso lado..

Gostei do que li.. Muitos já morreram também pra mim.

Beijo!

Luciana Brito disse...

Demorou, mas descobriu, né amada? Sei de quem estás falando. É triste descobrir algo assim depois de tanto tempo.

Beijo e se cuide!

Vítor Palmeiras disse...

Que história triste cara, meu Deus do Céu!

Nanda Assis disse...

uma otima carta de despedida, embora tenha tantas e tantas pitadas de amor e outras tantas de odio. mas em uma despedida é isso mesmo que prevalece, o amor que pede pra ficar e o odio que manda embora.

bjos...

Ariana Coimbra disse...

É horrível quando coisas desse tipo acontecem...
Porque apesar da magoa, a pessoa não deixa de ser importante e quando lembramos dos momentos que vivemos, dá aquele pequeno aperto no peito.
Lindo texto!

Beijos

Anônimo disse...
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Camila disse...

Obrigada a todos pelos comentários.