16 de dezembro de 2014

E agora, José?

carta 3

Já não conto mais os dias que estamos sem nos falar, parei depois do 298º. Não te desejei mal, em nenhuma das fases do afastamento. E não, não te desejo mal agora. Mas também não te desejo perto, não te desejo mais aqui, "Então por quê você está me escrevendo?" - Sei que está perguntando. Na verdade eu não sei, apenas tive vontade. Senti saudade.

Soube que perguntou por mim, por curiosidade, achei gentil, mesmo assim. Talvez por isso veio a saudade, me lembrei de como você me fazia sentir alegre. Lembrei das horas que passamos conversando, lembrei do teu primeiro abandono e da tua volta. Me lembrei dos dias que passou em minha casa, do show de reggae e do nosso primeiro Jack Daniel's juntos. 

Por algumas vezes tentei contato, sorte você ser firme e não ter cedido. Foi melhor assim. Sem contato o sofrimento cessa mais rápido e seca de uma vez. Sou outra desde então. Aprendi muito com nossa história, agradeço por ter me ajudado a ser uma pessoa melhor. Hoje sou mais decidida, autêntica e lasciva. Eu cresci muito desde aquele dia que você levou meu coração. Como nunca voltou, construí outro menor, mais resistente e menos colorido, mas ele continua pueril, sempre acreditando que será diferente dessa vez...
Por Camila Blopes

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