12 de janeiro de 2012

Sozinha, como sempre.

Eu queria que alguém me entendesse, não, na verdade eu queria que você entendesse, que você percebesse que machuca. Queria me sentir bem ao ver você chorar, mas não fico feliz quando isso acontece, me sinto mal. Pois não me agrada ser nem choro, nem tristeza, queria ser o motivo de alguns sorrisos seus em pleno meio dia.
Talvez você não imagine como estou desde que tudo aconteceu. Você se distanciou e desta vez eu aceitei. Sua falta é tão imensa, é um vazio que nada consegue preencher. Eu mudei a cor e o corte do cabelo, comprei roupas novas, viajei e tirei um monte de fotos sorrindo. Escolhi as melhores e postei em meu facebook somente com o intuito de você ver e sentir algo... mas creio que não consegui te tocar.
Às vezes quase esqueço e passa. Deixo o passado e curto o agora! Mas vivo uma realidade paralela. Para sorrir preciso de algo que me entorpeça. Vou a festas, bares, baladas e quando volto pra casa, me sinto mais sozinha. No silêncio da madrugada coloco Adele para tocar e faço mais um drink. Entre refrões sofridos e goles gelados fico tentando encontrar motivos para mais um abandono. Nada faz sentido. Cansada, então durmo, e em sonhos eu voo. Grito. Eu sou livre. E por pouco, quase sou feliz.
Acordo e começa tudo outra vez. Trabalho, família, dinheiro, amigos, sociedade, hipocrisia. E novamente vem as dúvidas, as escolhas. Não posso ter meu trabalho dos sonhos e viver um amor. Nem posso ter dinheiro e minha família por perto. É tão ambíguo. Eu escolho, eu sei, mas não fico em paz totalmente.
Eu tive coragem de abandonar tudo e vir. Eu tive coragem de assumir um amor. Eu tenho coragem de continuar, todo dia. Eu sou corajosa. Mas eu também sou carente. Eu sinceramente não sei se quero mesmo te soltar no meio dessa estrada. Eu não sei se quero afastar-me de seu cadáver. Medo de nunca mais encontrar você em mim, ou no mundo. É preciso ter coragem eu sei. É preciso vontade, mas ainda não deixei de querer você, de pensar em você, de esperar você, de amar você.
Eu sou feliz, do meu jeito. Não é possível ter tudo, a gente escolhe. Eu escolho seguir, mesmo que seja dessa maneira. Eu serei feliz, prometo.



Por Camila Blopes




ei, eu te entendo. sei como é difícil. machuca.
você fica feliz de vê-lo chorar, mas sente culpa. e depois vem um vazio. e aí você preenche com tudo isso de novo. ou dá um tempo e corta o cabelo, ou faz e desfaz suas roupas. ou coloca um monte de fotos no facebook pra mostrar o quanto foi feliz em frente da câmera nova. e continua um vazio. que você preenche com radiohead, com discussões sobre netzsche ou contos das suas intermináveis aventuras na night. e você enche a cara e se sente livre. grita que se acha incrível atravessando a faixa de pedestres no meio da madrugada. e depois cai no choro. anonimamente. eu sei.mas, sabe, o amor, o trabalho, a família, o dinheiro, o bicho de estimação ideais nunca vão existir ao mesmo tempo. eu sei que você quer tudo. eu sei que você tem ambição. e entendo que o que te falta é o que te faz querer estar no lugar de alguém. e que dói. e que você, talvez sem maldade, deseje que o feliz seja infeliz como você. mas, sabe, chega disso. chega disso porque ninguém é completo. chega. coragem, sabe? coragem pra se descolar dessa muleta. coragem pra desapegar daquele amor, daquele trabalho, daquele dinheiro. coragem.seja feliz, por favor, e me esqueça. pra variar. eu não tenho culpa…


Por Willian Lins

2 comentários:

Juliana Lira disse...

Uau!!!

Deixa eu procurar meu folego que se perdeu ao ler o texto dos dois.

Mas é o que willian falou é largar a muleta e caminhar nesses caminhos de girassois.
Há flores na estrada, há mais, há o melhor. Desapega do conhecido e deixa o desconhecido te surpreender.

Lindo mesmo!Parabéns aos dois

Camila disse...

Brigada amiga!
Beijocas