15 de outubro de 2011

Lonjuras em mim

"Como se ela não tivesse suportado sentir o que sentira, desviou subitamente o rosto e olhou uma árvore. Seu coração não bateu no peito, o coração batia oco entre o estômago e os intestinos."




Seja como for, quero você. Não que eu possa querer, não que eu deva querer, não que seja fácil eu querer. Apesar de natural é tudo meio complicado. Complicado e contraditório. Talvez ache que não seja possível, mas é. Eu sou!

Meus sentimentos não são números ou equações, não tem manual e nem respaldo jurídico. Eles não são programados, nem inventados. Meus sentimentos tem vontade própria, eles surgem e ressurgem de maneira inconstante, não há parâmetro. São livres, intensos e intempestivos.

Em mim há valas obscuras, profundezas floridas e camadas espessas de matéria desconhecida. Não me julgue, não me meça, não me rotule. Se eu não tenho domicílio certo, imagine meu coração. Meu peito é edícula, eu sou toda coração, me pulso inteira, me faço mansão para acolhe-lo. Aumento os ambientes e arranco telhado, não me importo com chuva, eu a sinto. Eu a amo, mesmo quando molha meus olhos.

Às vezes penso que seja fraqueza, outras vezes acho que seja loucura, talvez seja coragem suícida ou somente inocência. Não sei ao certo, mas acredito que seja uma dádiva divertida e sofrida. Ambiguidade, nostalgia, receio, metades... confusão. Sou, eu sou, e eu gosto de ser. E ser deveria ser natural, mas é complicado. Eu preciso de amparo, amparo do Amor, do TEU amor. Sim, preciso. Sem lonjura, sem distância, com você, comigo, conosco. Perto!

Por Camila Blopes

2 comentários:

Unknown disse...

Existe uma perfeição nos seus escritos. Adorei cada trecho, principalmente "me faço mansão". Notei vida em suas palavras e na vontade subita do desejo.

Camila disse...

Obrigada querido, fiquei feliz em ler teu comentário.
:*