27 de março de 2010

Conto meio torto

Ele não era fresco. Era muita coisa, mas fresco, decididamente, não.
Por vezes era sarcástico e até intolerante. Mas isso não o fazia menos querido e amado.
Ela era torta. Faltava nela alguns pedacinhos e tinha medo de insetos voadores.
Sorte dela que ele tinha paciência (às vezes) e era bom em quebra-cabeça, pois ela sempre precisava se montar novamente. Ele a ajudava.
Conversavam de vez em quando, geralmente usam um método mais eficaz de comunicação, utilizando mais que palavras. Não apenas se entendiam, se sentiam também.
Ele era do tipo arrojado e bem resolvido. Era admirado por isso.
Ela não conseguia ser assim, estava aprendendo com ele. Mas ele só ensinava quando tinha paciência.
Os dois tratavam de qualquer assunto. Qualquer assunto mesmo. Isso é raro e precioso.
Ela sabe o valor que ele tem. Ele a faz tão bem. Bem de verdade.
A menina torta, inteligente e às vezes fresca, sabe disso. Ela descobriu todos adjetivos que se encaixam perfeitamente nele, inclusive aqueles implicítos!

Ela sabe o quanto ele é único e especial. Tanto que já o guardou em sua caixinha, onde sempre vai ficar. Com ou sem paciência.
Ela sabe. E agora o fez saber.

De: Camila Blopes (L)
Para: Willian Lins (wp)

9 comentários:

Érica Ferro disse...

Gosto de um ele muito diferente de mim, e deve ser por isso que gosto.
Ele é o inverso, mas que me preenche direitinho.
Mas... ele não sabe, ele não vai me preencher e nem me corresponder.
Amor calado num peito desesperado.
(que drama, parece novela mexicana, esse que descrevi logo acima)

:**

Juliana Lira disse...

Camila

Que declaração linda!Ele sabe o quanto é especila agora...E nós também!Belíssimo
Quem me dera ter alguém que me visse de forma tão especial a ponto de declarar sobre de maneira tão doce.

Milhões de beijos

Solange Maia disse...

que delícia de declaração...

são dessas descobertas "tortas" que nascem as cumplicidades retas... as duradouras, as de verdade !

sorte desse cara !!!!

beijo

Charles Bravowood disse...

Decididamente gostei! Acho que foi a narrativa leve e direta!
Beijos,

Charlie B.

Charles Bravowood disse...

Ah, se alguém me escrevesse isso, eu ia amar!

Charlie B.

Paula Barros disse...

Camila

Uma homenagem bem sincera, bem ao seu estilo, ver e sente o outro, e ama da forma que ele é.

abraço

Camila disse...

Obrigada a todos pelos comentários.
BeijOcas

Daniel Savio disse...

Texto bom, mas me lembra algo, que devemos amar as pessoas pela perfeição que elas no causa, não pela estranheza aparente delas...

Fique com Deus, menina Camila.
Um abraço.

Camila disse...

Exatamente, Dan!
Beijim