Espera

É como se tudo fosse apenas à falta, hábito, montagem, silêncio (vazio) com hora marcada
Amanhã o que fazer do nada, “estás à espera?”, é como se tudo fosse repetição.
A noite deles, retardada, alcoólica, igual.
Deles dos que estão no céu, os balões a chegar depressa…
Não conheço ninguém, pedras… como se não existisse
Como se ninguém existisse aquela palavra perdida ali… (detesto) festa com dia e hora marcados e alguém longe a ficar transparente… leve… a não saber quem é!
A não saber que morre e o telefone morto
Na noite deles, ela… sentir que (não) estou aqui, que só se está.
Que não se coincide com o tempo
Atendo: gente, balões, enganos, pés, falta qualquer coisa… e esperamos pelo táxi!
Qualquer coisa, (dias 13) a noite que salva, repete e repete-se (e repito-me)… falta horizonte nestas ruas, janelas a mais
Como se nada existisse “mais alto, não te ouço!”… (falta)….
Amanhã é manhã
Hoje um sono acelerado
Banco de trás, gente, cabedal, macio, lá em cima, nada com hora marcada (desespero coletivo a horas certas)
Há o momento em que todos sentimos o mesmo nada
À espera do táxi que não há lá em cima a dançar
Abro a janela, tudo agora como se tudo ficasse por responder, por perguntar o erro (não lhe disse) e é caro o sono (há qualquer coisa numa janela aberta que me pede um cigarro, se a janela calar a casa)
Noite de Verão e não sei porquê… “não quero”… vidro a partir… lento
Amanhã acordo! Amanhã vou acordar! Cidade calada, à espera, falta qualquer coisa (marchemos) por mais que diga… um muro de inutilidade… e escreva… e demonstre… e (não) pense… nada!
Há horas precisas e gente dentro, que dança... que não cabe... que não fica… que já não sonha mais...
Que morre por dentro!

Ps. Muito lindo, neh? Li e amei... é do blog "Entruso"