22 de novembro de 2021

Carta de 30 setembro 2021




Oi Mateus,

Falei que não iria mais escrever e cá estou escrevendo... Acredito que esta e as próximas cartas você jamais chegará a ler. - Então porquê eu escrevo? - Para aliviar esse nó que estou sentindo. Te escrever me faz bem e colocar no papel o que sinto, também!

Não estou brava com a vida ou com você, só estou triste porque você quis se afastar de mim. E isso é chato pra caramba, pois sinto sua falta. Apesar de não termos laços estreitos, era muito bom saber que você estava "ali" e que se eu precisasse conversar, era só te chamar e você me ouviria com carinho e atenção.

Lembrei de como você sempre foi compreensivo e tô fazendo esforço para respeitar seu espaço...

Com carinho,
Camila.

"Talvez um voltasse, talvez o outro fosse. Talvez um viajasse, talvez outro fugisse. Talvez trocassem cartas, telefonemas noturnos, dominicais, cristais e contas por sedex (...) talvez ficassem curados, ao mesmo tempo ou não. Talvez algum partisse, outro ficasse (...) Talvez não se vissem nunca mais, com olhos daqui pelo menos, talvez enlouquecessem de amor e mudassem um para a cidade do outro, ou viajassem junto para Paris (...) talvez um se matasse, o outro negativasse. Sequestrados por um OVNI, mortos por bala perdida, quem sabe. Talvez tudo, talvez nada."
Caio Fernando Abreu

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