23 de março de 2016

Sobre um 'MATCH'


Fazia alguns meses que ela havia instalado o aplicativo que suas amigas tanto comentavam. Apesar de nenhuma ter afirmado encontrar o amor da sua vida, todas contavam sobre os caras que conheceram através do tal app.  Neste período, ela já tinha conhecido alguns rapazes, mas nenhum tinha sido especial. Para falar a verdade, ela não conversou novamente com nenhum após o primeiro (e único) encontro. O motivo?
_ Ah, perdeu a graça. - Respondia para as amigas.

A moça dos encontros únicos, que já havia instalado e desinstalado inúmeras vezes o aplicativo, resolveu tentar mais uma vez. Então dentre tantos perfis parecidos, veio um sem foto do corpo malhado ou com golfinhos e lugares turísticos, também não tinha frase do Caio F, nem de música sertaneja. Era um perfil diferente, único. Explosivo.

MATCH!

Começaram a conversar quase que instantaneamente, era como se um estivesse esperando pelo outro. Não sei contar o que aconteceu, mas logo nas primeiras frases já se tratavam como marido e mulher. Tudo fluiu fácil e bonito. Mas só pelo celular. Não se encontraram. Não se viram. 

Sumiram. Se perderam. 

Então um dia, já tarde, ela o chamou e ele respondeu. E conversaram. Voltaram a se falar. Tudo voltou a ser mágico. Sem combinar se encontraram. Sem música. Sem drinks. Apenas eles mesmo, sem roupa chique ou maquiagem. Quando se abraçaram nenhum quis soltar. Se gostaram ainda mais.

Continuaram se falando. Mas a ausência se tornou presente. A rotina venceu. E mais uma vez se perderam. Deixaram se perder. A mágica foi embora... Então ele, apesar de especial e diferente, virou clichê, viveu apenas um encontro.

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