27 de julho de 2012

'Espinhos do destino fazem parte dos meus versos'


Quando despertador tocou ela já estava acordada. Dormiu mal, não porque foi dormir tarde, mas por não conseguir parar de pensar nas últimas 24 horas da sua vida. Ela o conheceu em uma dessas redes sociais, amigo de amigos, sabe como é.
_ Hum, ele parece ser interessante! - Adicionar contato.
Minutos depois estavam conversando. O papo fluía naturalmente, os bons e velhos clichês surgiam inevitavelmente ao longo do diálogo. Ela sentiu que ele era uma cilada pois tinha qualidades que ela buscava. Quis fugir, deletá-lo, excluí-lo. Mas foi fraca, acelerou. Quis ouvir a voz dele.
_ Tô lascada! - Pensou ao perceber que poderia ficar horas ouvindo aquela voz macia.
E não satisfeita a moça quis vê-lo. Foi quando os olhos dele refletiram no dela que ela constatou que estava mesmo perdida, que ele era mesmo uma cilada. Enorme!
_ Corre, corre e não olha. Foge! - Gritava seu bom senso. Mas a boba não o ouviu.
Preferiu ouvir a voz dele novamente. E de novo. E pelo telefone. E pelo interfone. E em seu ouvido, de perto.
_ Socorro. - Pensou.
_ Me cuida? - Pediu.
_ Me deixa! - Implorou. 
Podia ter sido um conto de fadas, e não este conto fatídico. Mas os dois são covardes. Não quiseram apostar para saber o final. Apaixonar é perigoso, é preciso sair da zona de conforto e eles estavam cansados, prefiram não se mexer.
Ele foi embora sozinho, na chuva. Antes de ir ele prometeu que seria como se nunca tivessem se conhecido. Ela ficou sozinha com as lembranças. Antes dele ir ela afirmou que não o esquecerá, mas que não lembrará.
Agora a vejo tomando um café forte, ouvindo Joss Stone e se esforçando para não se lembrar e eu lamento por ela. E lamento por ele. Poderiam ter sido tanta coisa bonita, ou não... Não tenho certeza. Mas sei lá, a vida continua. Eles estão vivos e vão seguir. Saúde! Um brinde a mais um final normal.
Por Camila Blopes

5 comentários:

Evellyn Blush disse...

Perfeito !

Anônimo disse...

É aquela história: ou arriscamos e lidamos com as consequências (podendo ser boas ou ruins) ou não arriscamos e vivemos com aquela dúvida de "podia ter dado certo?".

Beijos, flor :*

Anônimo disse...

Lamento pela falta de coragem deles, pois sentimentos arrebatadores devem ser valorizados. Eles poderiam encontrar animo para remar, reamar, juntos.

Anônimo disse...

As vezes não vale pagar para ver o final. Talvez tenha sido uma boa escolha.

Camila disse...

Obrigada a todos pelos comentários
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