7 de maio de 2010

Amanheceu, será outro dia.


Ela teve um dia tranquilo. Um dia normal. Acordou, levantou-se, tomou banho, penteou os cabelos, vestiu-se de maneira elegante e foi trabalhar. Cumpriu sua carga horária e voltou para casa, caminhando.
Pelo trajeto passou pela bela e imponente igreja matriz, pela casa antiga, pelo movimentado prédio do fórum, pelo pé de goiaba (viu dois meninos em cima dele), pelo calçamento coberto de musgo, pela predra-do-amor (que ela descobriu), por algumas esquinas vazias e casas grandes e sem brilho e depois avistou o grande portão cinza-chumbo, que lhe sorria.
Retirou a chave de sua bolsa nova-e-cara que combinava com seu scarpin vermelho, e adentrou em sua casa, casa que permanecia como ela havia deixado pela manhã. Tudo permanecia exatamente igual, exceto ela.
O dia foi tão tíbio que ela teve tempo de se lembrar do passado. Passado recente e presente. Lembrou-se de maneira fervorosa de todas as conversas entre ela e Cássio. Sofreu um pouco, se martirizou por aquela história ter sido tão apática (para ele, não para ela).
Tomou um banho bem quente, gostava de sentir o calor da água em sua pele. Saiu do banheiro vestindo um vestido, secando seu cabelo curto e negro.
Sentou-se na beirada da cama, em silêncio, pensava. Foi até a cozinha e serviu-se de bebida qualquer.
Cássio havia simplesmente sumido, às vezes pensava que era porque ele não queria mais falar com ela, mas outras vezes ficava preocupada, pois acreditava que poderia ter acontecido algo sério. Ela estava cansada de suposições, queria respostas.
Pegou o celular, dirigiu-se a varanda, apertou os números, ficou com o aparelho nas mãos, sem saber se queria mesmo fazer tal ligação. Ficou olhando para todos aqueles números, para o botão verde... não queria ligar, mas queria ligar.
Não ligou. Sentou-se e ficou olhando o celular fechado em sua mão esquerda. viu suas unhas curtas pintadas de preto e sua pequena verruga próxima do dedinho. Ergueu a cabeça e se deparou com a lua, cheia.
Não piscou durante minutos. Prendeu a respiração e entrou rápido para sua casa. Jogou-se em sua cama e chorou um pouco, para desabafar... Adormeceu sem perceber. Ao acordar sorriu e agradeceu. Havia conseguido manter-se afastada.
Era outro dia.
Por Camila Blopes

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Ps¹. Sobre as regras: Leia nos post anteriores.

5 comentários:

Henrik disse...

Outro dia, nova esperança. ^^

Camila disse...

Sempre! <3

Daniel Savio disse...

Sem este passo, não vai poder nunca ser feliz, pois sempre vai estar presa a um promessa que pode não existir...

Fique com Deus, menina Camila Blopes.
Um abraço.

Lorena disse...

O tempo pode fazer milagres!
:)

Beijo, Camila!

Camila disse...

Pura verdade, Lorena.
<3