As reminiscências daquela noite em que percebi o quanto gostava de estar com ele não me deixam dormir. No momento em que dançávamos juntos eu me toquei que não queria estar em nenhum outro lugar que não fosse ali, que não queria nenhum outro abraço que não fosse o dele. Eu descobri que estava ferrada! Que era uma cilada ouvir minhas músicas favoritas ao lado dele, pois tudo que foi vivido ali, foi eternizado em minha memória.
O modo que os braços dele se moldam em minha cintura, o arrepio que a barba dele provoca em minha pele, o clarão daquele sorriso enorme e tantas outras sensações que somente ele desperta em mim deverão ser armazenadas em uma daquelas gavetas de lembranças que ficam empoeiradas e bagunçadas dentro do peito da gente, pois se continuarem livres e latentes irei enlouquecer. Me sinto vulnerável e boba. É como se estivesse próxima de um abismo e não conseguisse parar de acelerar.
Hoje este sentimento acordou de ressaca. Ontem eu fui dormir cheia de dúvidas e medo. Eu não sei se consigo mais viver apenas de lembrança, eu não estou conseguindo lidar com o acaso, com a não certeza do encontro. E eu estou pateticamente lúcida, talvez por isso eu saiba como tudo isso vai ser. Eu já sei esse enredo e no final eu sempre morro: de dor ou de amor. Talvez seja hora de aprender a ir embora antes que me deixem sozinha... Talvez seja apenas cansaço... Talvez seja um ímpeto de coragem... Talvez seja burrice... Talvez seja destino!
Por Camila Blopes
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