Tempos Verbais

Se eu disser que te amo não vai ser uma verdade. Acho que o que amo mesmo é a ideia de ainda te amar. Mesmo depois de todo esse tempo, mesmo depois de tudo que vivemos, mesmo depois de toda essa coisa que não sei explicar.

Mas se eu disser que não te amo, também não vai ser uma verdade. Acho que não amo é a ideia de você não querer me amar. Mesmo depois de todas as mudanças ainda continuo insegura e esquisita.

Às vezes sinto vontade de cuidar de você, de beijar sua boca linda, de me jogar em seu abraço, de morder seu pescoço, de ficar muito próxima de você e depois sentir seu cheiro em mim quando já não estivermos tão próximos, sinto vontade de bagunçar seu cabelo, de tirar fotos bregas, de acampanhar e dividir uma barraca contigo e até de ir ver um jogo de futebol do seu time...

Mas não é só isso, eu também sinto vontade de ser cuidada por você, de ser desejada, querida e amada! Sinto vontade de ser acordada por uma ligação sua, e que seja uma ligação só para me dizer que estava com saudade, quero beijos apaixonados, flores roubadas, canções inventadas. Quero viver clichês contigo, sermos um casal daqueles bem piegas.

É eu sei... é complicado. E arriscado e difícil, improvável e desconexo também. Eu sei disso muito bem. Pois acho o mesmo! E não estou apta a enfrentar tudo isso por algo que não sei o que é ao certo. Não consigo entender é o motivo de ficar tão boba quando o assunto é você. Como você pode provocar tanto assim os cantos dos meus lábios? É inexplicável essa facilidade de entrar em meus sonhos, desejos e vontade de futuro mesmo quando não quero que faça isso.

Não sei o que eu quero que você faça, só não quero que você me perca. Que deixe tudo isso que vivemos virar apenas uma história e torne-se apenas lembrança de momentos. O passado é muito frio, e o que eu sinto ainda tem calor... se você chegar mais perto, aposto que queima e transborda. E eu acho que pago para ver, novamente.

Por Camila Blopes