"Talvez um voltasse, talvez o outro fosse. Talvez um viajasse, talvez outro fugisse. Talvez trocassem cartas, telefonemas noturnos, dominicais, cristais e contas por sedex (...) talvez ficassem curados, ao mesmo tempo ou não. Talvez algum partisse, outro ficasse. Talvez um perdesse peso, o outro ficasse cego. Talvez não se vissem nunca mais, com olhos daqui pelo menos, talvez enlouquecessem de amor e mudassem um para a cidade do outro, ou viajassem junto para Paris (...). Talvez tudo, talvez nada"
Caio F.
Eu quase havia me esquecido como você é encantador. Quase. Senti uma onda de calor quando o vi em minha frente: lindo, moreno e sorridente.
Ah que sensação gostosa é esse misto raiva e paixão.
Eu jogava um monte de palavras no ar, você as sentia. Sorriamos. Algumas que outrora eram dilacerantes agora nos provocavam risos. Discutimos. Normal, afinal desde o dia que nos conhecemos fazemos assim. Muitos anos....
Mudamos tanto. Mudamos nada.
Coincidência? Destino! Você aparece para me visitar, saber de mim e eu te conto que estou de mudança. Irei para outra cidade, outro estado. Gosto dos seus conselhos, mesmo que sejam impertinentes. As horas se apressaram a passar.
Foi muito bom ouvir suas histórias, seus planos, seus desejos.
Ah desejos! Queria poder ler seus pensamentos. Queria poder fazer você saber dos meus sem precisar falar... Mas não precisamos disso, sabemos nos ler.
Seus olhos não mudaram nada. Minhas manias também não.
Era hora de nos despedir. Nos abraçamos. Nos sentimos. Me lembrei de todos os meses que passamos juntos. Do nosso namoro e de nossas brigas. Sorri chorando. Reparei que você também estava emocionado. Nada falamos.
Então você beijou minha bochecha. Meu pescoço. Minha boca.
Me vi voltar no tempo. Me vi te esperando ansiosa para sairmos de mãos dadas. Me vi suspirando ao falar de ti. E me vi chorando quando terminamos nosso relacionamento.
Mas voltei a tempo de aproveitar o momento. Eu te beijei hoje. Eu vivi o hoje.
Saudade do seu beijo. Saudade do seu cheiro. Saudade do teu abraço. Saudade da sua mordida. Saudade do seu jeito. Saudade das nossas coisas. Saudade de nós. Cometi um crime passional, matei todas essas saudades.
Antes de ir você me abraçou e com ternura e disse:
_ Nunca deixei de te amar.
_ (eu não sabia o que dizer)
_ Boa sorte! E promete ser muito feliz?
_ Sempre.
_ Está triste?
_ Não.
_ Por que está assim?
_ Você aparece quando é hora de ir.
_ Coincidência.
_ Destino.
E então você me beijou intensamente a boca. Entrou em seu carro e se foi.
Eu fiquei, me preparando para ir. Um rumo oposto ao seu. Outros Caminhos.
Vivemos mais uma despedida.
Por Camila Blopes
12 comentários:
Ai ai ai
Ui ui ui
UHAeuAUehUAEuAUEHUAeuAe
Xiuuuuuuuuu!
¬¬
o melhor da despedida é saber que existe a volta,e as estradas são otimas pra fazer trazer quem se ama...
As vezes o amor com a distancia ele aumenta, mas desde que a distancia entre os corações não aumente...
Huhum, agora eu entendi, então boa sorte na tua fase de vida.
Fique com Deus, menina Camila Blopes.
Um abraço.
Despedida forever essa!
xD
Odeio despedidas, mas tenho que dizer que o texto é lindo apesar de odiar despedidas. E viva o amanhã!!!
Camila, sempre emocionante.
O bom de tudo é saber que pode sempre ter um reencontro.
beijo
camila ...sempre poderosa a sua prosa sempre onirico o seu verso...sempre sutil as suas palavras sempre belos os seus textos...contagia e apaixona...adoro......vai lá no maldita: temos post rockeiro - segredos e lendas do rock...abs,leandro
Camila
Destino?O destino as vezes é cruel...No entanto fico com as palavras sabias que vc deixou no Reticências :
"Se ele não devolver (teus sonhos), sonhe outros mais bonitos."
Haverá outros andarilhos por esses caminhos, haverá um amor maior e mais lindo, eu acredito e torço por isso!
Milhões de beijos
Ah, despedir-se dói... ainda mais de um amor!
Você que é linda, Mila.
Beijo.
Ai, não fala assim.
Obrigada queridos, pelos comentários tão amaveis.
BeijoCAS
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