Acho que era Junho, e ela comemorava seu aniversário com seus novos amigos em um bar da cidade. Após virar duas doses de tequila, resolveu ir dançar mais próxima do palco. Foi então que ela o viu. Alto, barbado, tatuado e tocando guitarra. Não foi amor, mas foi vontade. Viajou sem sair do lugar, ao voltar dançou ainda mais feliz. Quase no fim da festa o encontrou, trocaram algumas palavras, entre elas: beijo, namorada, não, infelizmente, tchau. A festa continuou com mais algumas doses de tequila e sorrisos. Se encontraram outras vezes por aí, conversavam e se despediam. Era tudo muito despretensioso...
Numa noite qualquer, ele a ligou e convidou para sair com seus amigos. Ela aceitou, mas foi um encontro breve, a turma não foi simpática com ela, nem ela com eles. Se despediu. Não demorou muito ele a ligou novamente. Se encontraram com a turma dela. Ele foi bem recebido. Tudo foi meio inusitado. A noite terminou com presentes: ele ganhou uma garrafa preciosa e ela ganhou uma blusa cheirosa. Se despediram como velhos amigos fazem...
O desencontro apareceu e reapareceu. Sumiram. Começaram a namorar com pessoas diferentes. Ela ficou solteira e se mudou de cidade. Ele ficou solteiro. Meses passaram como dias. A vida a trouxe de volta a cidade de antes, mas o reencontro aconteceu na nova cidade, antes da mudança. Ironia pura. E foi intenso. Ela se mudou e ele a ajudou a pendurar os quadros na parede. Se falam pouco, quase nunca, entretanto a falta de contato diário não altera o sentir que ambos não ousam comentar...
Por Camila Blopes
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