Ah moço... Desde aquele dia que nos conhecemos na padaria eu senti que você se tornaria importante para mim. Eu queria te falar tanta coisa, mas tanta coisa que não sei como me expressar e além disso falta-me coragem. Você apareceu do nada, sem nenhuma pretensão foi ocupando cada dia mais meus pensamentos. E apesar da distância você se fazia muito presente. Compartilhava bastante da minha vida contigo e era muito bom sentir você meu cúmplice.
A noite em que (enfim) nos beijamos foi memorável. Inesquecível. Inenarrável. Lembro do seu olhar carinhoso, do seu abraço firme, da sua barba tão linda, que apesar da coceira você a manteve por eu gostar. A conversa fluiu fácil, nossas risadas se misturaram, nos descobrimos muito parecidos apesar das evidentes diferenças. Ali, ao seu lado, naquela mesa de bar percebi que queria muitos outras noites daquela, e queria muito sua companhia e queria fazer parte da sua vida e queria que você quisesse fazer parte da minha.
Nos despedimos com um reencontro já marcado e mesmo assim fiquei aflita. Já sentia sua falta. Saudades sinceras. Acho que nunca na vida as horas demoraram tanto a passar. E depois de toda espera e ansiedade você não foi. Você não pode ir. E minha festa ficou menos colorida devido sua ausência. No outro dia você me explicou, conversou comigo e me fez entender o motivo. Apesar de toda dor que isso me causou, só tenho a agradecer pela sua postura correta. Qualidade sua que sempre admirei. Mas confesso que foi difícil. Que está sendo difícil. E vai ser difícil deixar morrer tudo isso que está aqui dentro, que grita e chora e chama.
Por Camila Blopes
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