Eu estava tentando ouvir o som de meu grito, me encontrava em uma fase diferente, meio que sem expectativas, sem buscas, sem anseios e consequentemente sem decepções. Não estava esperando nada, “nadinha” mesmo. Em meio a um monte de gente desinteressante e igual, ele se destacou, eu o notei. Ele foi muito educado e divertido, eu reparei no quanto ele escreve bem. Eu gostei.
Explosão de acontecimentos! Encontramos-nos em meio a um congestionamento, eu estava de chinelo, ele me deu um presente, eu estava descabelada, ele estava com barba, eu quis ir a um barzinho, ele se sentou ao meu lado, eu sorria, ele falava, eu o olhei, ele me beijou, eu sorri, ele sorriu, nós gostamos. Pensei nele! Senti saudade apesar do pouco tempo. Senti vontade de cuidar dele, de me deixar ser salva por ele (não que eu precise, mas adoraria que ele tentasse).
Reencontramos-nos e quando vi estávamos de mãos dadas na fila no cinema. Eu não reclamei (muito) por ele comprar o meu ingresso, apesar de detestar que paguem minhas coisas, eu aceitei, pois não queria que ele percebesse o grau de minha chatice tão imediatamente. Lembro-me pouco do filme, prestar atenção nele era mais interessante.
E então mais uma vez era hora da despedida. Apesar de absurdamente estranho, o tchau foi difícil e salgado apesar de ser inédito. Fui dormir pensando nele novamente. Me senti muito bem. O “nadinha” havia sumido... Outra despedida, dessa vez bem conhecida, mas nem por isso fácil. Saí de casa com meus pertences na mala, com o presente que ganhei na mochila e com ele em mim...
Por Camila Blopes
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