Qual e tal

Ele tem um ar cativante, quando sorri mostra muitos dentes brancos e alinhados perfeitamente. Quando o vejo leve, disponível, simples e cru, tenho certeza que ele é o cara com quem sonhei desde menina.
Sabe, ele tem algo a mais. Algo que eu tenho certeza que só ele tem, que não adianta eu tentar buscar em ninguém pois é algo dele e somente.
Outro dia ele me levou para sair. Fomos jantar, ele esperou eu me sentar para depois sentar-se. Confesso, achei frescura dele. Ele fez questão de escolher o vinho, pena eu não apreciar muito esta bebida, acabei pedindo uma água com gás. Ele me olhou espantado, mas não criticou.

Depois fomos dançar. E como ele dança! Sempre com os olhos nos meus, sempre me cuidando, sempre comigo. Gostei quando ele segurou em minha cintura e não me deixou mais sair dali, do espaço dele.
Já era madrugada quando saímos da boate, a lua enorme nos olhava. Ele percebeu meu interesse pelo luar e disse que iria me levar a um lugar especial. Senti um gelinho na barriga, mas fui. De um modo estranho eu confio nele.
Fomos para o lado sul da cidade, subimos um pequeno morro, ele me ajudava pois estava usando um sapato com salto alto e fino, que ele mesmo escolheu para mim, pouco tempo depois chegamos numa espécie de mirante, de lá pude ver a lua deslumbrante, cheia, brilhante. Era como se eu pudesse tocá-la.
Ele deu um sorriso meio canto-de-lábio de satisfação ao ver minha cara de encantada.

Era pura mágica ali. Eu sentia. E pelo jeito, ele também.
Nos deitamos na grama e ficamos em silêncio, nos olhavamos de perto. Ele começou a bagunçar meu cabelo...

_ Não faz assim, vou ficar toda descabelada.
_ Mas preciso fazer isso.
_ Por que?
_ Por causa da lua.
_ Hãm?
_ Ela está com ciúmes, você está dando nojo de tão linda. Quem sabe com o cabelo bagunçado você fique apenas perfeitamente linda?
_ Seu bobo!
_ Sim, SEU!

Por Camila Blopes