Nos conhecemos e logo depois de três dias outra fase iniciou. Não por minha vontade, não porque planejei... A vida me jogou na cara o quão somos vulneráveis. Me desestruturei e desisti de lhe ver, não queria que ficasse com essa impressão de mim. O que eu não sabia, é que iria piorar. A vida cuspiu na minha cara que a morte é parte dela e que temos que conviver com isso.
Me quebrei. Me perdi. Me matei. Desde a morte dela, eu não me sinto a mesma. Eu não gosto dos sentimentos que surgem, sejam eles tristes ou não. É como se eu precisasse não sentir nada para continuar conseguindo viver. Você consegue entender?
Toda vez que sinto algo triste, quero esquecer. Toda vez que sinto algo não triste, me sinto culpada. Toda, toda vez que tenho sentido algo, tenho ficado com medo. E de alguma forma dou um jeito de fugir.
E você me fez sentir muitas coisas diferentes. Coisas lindas e boas e também coisas ruins. Senti ciúmes. É, ciúmes. Não tenho motivo pra ter ciúmes de ti, nem sei o que aconteceu. Só que mesmo não fazendo sentido algum, senti. E fugi. E depois me anestesiei. E continuo fugindo...
Por isso pareço sempre brava, sempre querendo (man)ter o controle. Por isso fico sem jeito quando tô perto de ti... E sei que isso tudo é muito difícil. Então, compreendo se não quiser me buscar e ficar perto de mim. De ti, só guardarei sentimentos bonitos e o Raul. (risos)
Com carinho,