26 de março de 2022

Para Alexandre


 Olá...

Disse não querer mais falar contigo e isso é uma necessidade (verdade)... Nem sei o que quero lhe dizer de fato... Estou reticente... Entende?!...

Não lhe devo desculpa nem quero isso de você... Você não precisa de mim. Você não precisa de ninguém... Tem(temos) uma vida, independente de nós...

Ainda tô sem precisão, poderia me confirmar? Poderia me confiar?

Você pode ter experiência em abrir mão de pessoas, eu ainda não aprendi...

Você não pode me calcular. Você não pode me abraçar!

Seguimos. Separados. Sem ninguém assim como somos um para o outro...

(mas como você eu nunca tive ninguém...) 

Com pesar,

Cami

22 de novembro de 2021

Carta de 30 setembro 2021




Oi Mateus,

Falei que não iria mais escrever e cá estou escrevendo... Acredito que esta e as próximas cartas você jamais chegará a ler. - Então porquê eu escrevo? - Para aliviar esse nó que estou sentindo. Te escrever me faz bem e colocar no papel o que sinto, também!

Não estou brava com a vida ou com você, só estou triste porque você quis se afastar de mim. E isso é chato pra caramba, pois sinto sua falta. Apesar de não termos laços estreitos, era muito bom saber que você estava "ali" e que se eu precisasse conversar, era só te chamar e você me ouviria com carinho e atenção.

Lembrei de como você sempre foi compreensivo e tô fazendo esforço para respeitar seu espaço...

Com carinho,
Camila.

"Talvez um voltasse, talvez o outro fosse. Talvez um viajasse, talvez outro fugisse. Talvez trocassem cartas, telefonemas noturnos, dominicais, cristais e contas por sedex (...) talvez ficassem curados, ao mesmo tempo ou não. Talvez algum partisse, outro ficasse (...) Talvez não se vissem nunca mais, com olhos daqui pelo menos, talvez enlouquecessem de amor e mudassem um para a cidade do outro, ou viajassem junto para Paris (...) talvez um se matasse, o outro negativasse. Sequestrados por um OVNI, mortos por bala perdida, quem sabe. Talvez tudo, talvez nada."
Caio Fernando Abreu

21 de setembro de 2021

Para Mateus


Nos conhecemos e logo depois de três dias outra fase iniciou. Não por minha vontade, não porque planejei... A vida me jogou na cara o quão somos vulneráveis. Me desestruturei e desisti de lhe ver, não queria que ficasse com essa impressão de mim. O que eu não sabia, é que iria piorar. A vida cuspiu na minha cara que a morte é parte dela e que temos que conviver com isso.

Me quebrei. Me perdi. Me matei. Desde a morte dela, eu não me sinto a mesma. Eu não gosto dos sentimentos que surgem, sejam eles tristes ou não. É como se eu precisasse não sentir nada para continuar conseguindo viver. Você consegue entender?

Toda vez que sinto algo triste, quero esquecer. Toda vez que sinto algo não triste, me sinto culpada. Toda, toda vez que tenho sentido algo, tenho ficado com medo. E de alguma forma dou um jeito de fugir. 

E você me fez sentir muitas coisas diferentes. Coisas lindas e boas e também coisas ruins. Senti ciúmes. É, ciúmes. Não tenho motivo pra ter ciúmes de ti, nem sei o que aconteceu. Só que mesmo não fazendo sentido algum, senti. E fugi. E depois me anestesiei. E continuo fugindo...

Por isso pareço sempre brava, sempre querendo (man)ter o controle. Por isso fico sem jeito quando tô perto de ti... E sei que isso tudo é muito difícil. Então, compreendo se não quiser me buscar e ficar perto de mim. De ti, só guardarei sentimentos bonitos e o Raul. (risos)

Com carinho,
Sua Sereia